quarta-feira, 2 de junho de 2010

A tranquilidade do azul e a renovação das borboletas

Quando viemos embora prá Curitiba acabamos por vir morar na casa que era do avô do meu marido, uma casa muito antiga, mas muito boa, como poucas que vemos hoje, em tempos de drywall, tijolo e madeira de lei são pouca bobagem. A casa é imensa e espaçosa, com muita grama e calçada, bate sol de todos os lados e tenho uma vista divina da selva de pedra, bem lá longe de mim. Como toda casa antiga, requer cuidados, manutenção e um pouco de carinho e apreço, coisa que ela na verdade não teve por parte do último inquilino e nós a pegamos em estado lamentável, tivemos que arrumar muitas coisas, e ainda não estamos nem a um terço do caminho, mas devagar chegamos lá, afinal não temos pressa, a casa é nossa e não jogamos dinheiro fora com aluguel e aos poucos ela vai ficando com a nossa cara. Desde que mudei aqui tenho um problema, um vitral redondo e amarelo, no meu quarto e no quarto do Leo, que foi colocado lá para passagem de luz e ventilação, mas que todos os dias, cedíssimo deixa a luz do sol passar e bater direto na minha cútis descansada... o que acaba me irritando e me fazendo perder o sono. Todo esse tempo eu queria fazer 1000 coisas na tal janela, fechar com tijolos mesmo, pintar de uma cor fosca, escura, e o que mais me apetecia... tampar a bendita janela com algo decorativo. Evitei mexer na estrutura porque pretendo aumentar meu quarto e fazer um closet que não tenho, quando eu for mexer com isso vai ser uma vez só....

Eu sempre pensei em fazer uma mandala, mas assim, sem muita convicção... pensei em tanta coisa prá fechar a janelinha, a hipótese que eu mais gostei foi um painel em madeira e nele uma TV LCD... hahahaha, modesta eu, né? Meu marido adora os meus devaneios, mas logo desisti dessa ideia porque eu basicamente não assito TV, no quarto muito menos, então ficaria lá algo caro e sem utilidade alguma prá mim. Só que gostei da ideia do painel cobrindo a janela e fazendo fundo prá alguma coisa.

É engraçado como às vezes o pouco que alguém convive conosco já basta prá nos conhecer um pouquinho que seja, o meu prof Cláudio Hampf sabe que adoro tela redonda e que eu tinha essa ideia inicial da mandala, conversando essa semana ele me sugeriu uma tela redonda compondo um abstrato com formas geométricas, sobre o painel que quero colocar; trabalhando formas, volumes, assimetria. Quando pensei sobre esse projeto, pensei em uma tela redonda em tons mais frios e tinha pensado em um passarinho, baseado num trabalho dele que eu tinha visto, mas ontem ele me sugeriu borboletas! O engraçado é que quando ele falou eu só consegui pensar nelas em azul turquesa, mesclada à tons de fúcsia, magenta e rosa opaco e foi exatamente o que ele me sugeriu, ideias casadas, e estamos vendo se farei uma ou mais telas em composê e tamanhos diferentes e que cor faremos a moldura dela. A ideia do passarinho me pareceu muito estática, mas o movimento que quero fazer das borboletas... na minha cabeça vai ser perfeito, exatamente a sensação de leveza e tranquilidade que eu quero.

Resolvi estudar um pouco o bichinho em si, a cor escolhida, as formas e composições, gostei do que encontrei:

Borboletas prenunciam acontecimentos alegres, a palavra psique, em grego, quer dizer ao mesmo tempo alma e borboleta. Esse simbolismo está relacionado à sua metamorfose, a saída do casulo expressa um momento de profunda liberação, renascimento, duas borboletas juntas querem dizer felicidade conjugal. Significa a libertação da alma e a liberdade (física e de pensamento), superação pessoal, a capacidade de transformar os sentimentos, de transformar a dor e aflições em paz e leveza, que cada um de nós trás em si a possibilidade desta metamorfose.

Círculo, espiral e  formas sinuosas significam estabilidade, proteção, perfeição, renovação e alto fluxo energético, representa o infinito e alto grau de espiritualidade e compreensão, é um símbolo de integração no todo, de estar completo e unido ao seu próprio eu, representa energia vital, energia em movimento.

Azul turquesa é aconselhável para o stress mental, o cansaço e o desejo de purificar-se, de mudanças, de cura interior. É uma cor que nos anima a começar de novo com forças renovadas e ideias novas. O turquesa é bom para momentos em que nos sentimos sozinhos, nos ajuda a ser mais comunicativos, sensíveis e criativos. As palavras-chave relacionadas com a cor são: conhecimento,  integridade, poder, seriedade, generosidade, saúde, cura, frescor, limpeza, perdão, renovação, mudança de vida, metamorfose e sobretudo ALMA.

Nesse estudo busquei algumas coisas que pudessem me inspirar, me ajudar no processo de criação em si e aqui estão alguns dos meu achados.







E é exatamente em busca disso que ando, de paz, de superação pessoal, de cura prá algumas coisas que ainda me fazem ter dias não tão bons. Ando em busca de metamorfose, tentando melhorar sempre, como pessoa, como ser humano e espero que cada dia seja mais um passo dado à frente, sempre... 


Alma,
deixa eu ver sua alma
  a epiderme da alma,
superfície.

Alma,

deixa eu tocar sua alma
com a superfície da palma,

da minha mão,
superfície

Easy,
fique bem easy, 
fique sem nem razão
da superfície, livre
 
fique sim, livre
Fique bem com razão ou não, 

aterrise

Alma,
isso do medo se acalma
,
isso de sede se aplaca
todo pesar
não existe
 
Alma,
como um reflexo na água
sobre a última camada
que fica na superfície,
crise


Já acabou, livre
já passou, o meu temor do seu medo
sem motivo, riso...de manhã, riso de neném
  aágua já molhou a superfície


Alma,
daqui do lado de fora
nenhuma forma de trauma
sobrevive

Abra a sua válvula agora

  asua cápsula alma
flutua na
superfície lisa, 

que me alisa, seu suor
 

O sal que sai do sol, da superfície
simples, devagar, simples,
bem de leve a alma ja pousou, na superfície

6 comentários:

Elaine Barnes disse...

Nossa, coisa boa de post! Amo as casas antigas e suas construções sólidas. Que bom que está reformando a seu gosto. As borboletas além de tudo que disse são símbolos de transformação e as amo e paro para olhar uma e admirar a beleza delicada. Muito bom gosto colocá-las no lugar do vitral. Gostei de tudo que encontrou,não saberia qual escolher para a tela rs... MOntão de bjs e abraços

Rita Vieira disse...

vai ficar muito chique essa sua idéia, depois eu quero ver!

Tays, obrigada pelas dicas com o buchinho...muito linda esse arbusto...caa dia que passa eu sinto mais necessidade de plantas...marido é que não gosta nada! rsrs...

Beijo, barriguda!

Tays Rocha disse...

Elaine, sabe que acho essa a fase mais difícil, a da escolha... definir o projeto e tbm não cheguei à conclusão alguma ainda ;o( Beijos e obrigada pela visita!

Tays Rocha disse...

Rita, eu amo plantas e sou eu mesma quem cuido do meu jardim, meu marido não liga, não gosta e nem desgosta, mas também não cuida.... Barriguda agora é a palavra! heheheheh. Beijocas.

Margaret disse...

fiquei de ca imaginando tudo pronto...e nao me resta outra alternativa a nao ser plagiar a lu brasil:
- Me dá?
kkkkkkkkkkkkkkkk
Eu tb amo borboletas...e porque eu nao te seguia heim?
que feio....rs...
beijo beijo

Tays Rocha disse...

Mar, se eu pudesse já dava tudo prá todo mundo... kkkkkkkkk, ja estou quase terminando a tela redonda principal, com um pouco de empenho eu trmino essa semana, mas a vida tá corrida, menina... tô tendo que fazer o tempo dar cria, litralmente. e por que você não me seguia hein? que feio... kkkkkkkkkkkk. Beijos amiga!